Assim como toda a sociedade brasileira, as professoras e os professores foram tomados de tristeza e de indignação pela notícia do incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro no domingo, 2 de setembro de 2018.
Em poucas palavras: trata-se de uma tragédia para a nossa memória histórica e para nossa vida acadêmica e intelectual. Os prejuízos decorrentes do desaparecimento de áreas fundamentais do acervo do Museu são incalculáveis, em alguns casos atingindo projetos de pesquisa que vinham se desenvolvendo há tempos e que agora sofrem uma repentina e irrecuperável paralisação. Como a vida de um museu é dinâmica e parte integrante do conjunto de valores sobre os quais a nação se constrói, a destruição do Museu Nacional do Rio tem para nós a mesma consequência que a destruição impensável do Louvre, na França, ou do MOMA, nos Estados Unidos, para ficarmos em dois dos mais conhecidos museus do mundo.
Foi um incidente? Não! Não foi acaso, não foi um fato imprevisível. Foi um crime dadas as frequentes e insistentes advertências sobre o estado de calamidade em que o Museu se encontrava em decorrência da subtração de recursos destinados à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à qual ele estava vinculado. O incêndio, assim, é parte de uma política geral de desmazelo com o patrimônio social da nação, seja na área das Ciências ou nas áreas da Cultura, da Educação, da Saúde, das riquezas naturais. Nesse sentido, a tragédia que fez desaparecer a primeira das instituições científicas nacionais e provavelmente a mais rica, adquire esse sentido esquizofrênico que temos testemunhado nos últimos anos: um governo que, em nome de interesses privados da especulação financeira, subtrai investimentos essenciais nas áreas estratégicas do país, quando do não as aliena deliberadamente.
Neste momento em que a tristeza se mistura à indignação, a Giz oferece uma coletânea das principais matérias publicadas nos jornais e em outros veículos para que nossa categoria tenha uma ampla dimensão do que aconteceu e faça reflexões que contribuir para que toda a sociedade encontre seu projeto de desenvolvimento sustentado com o vigor que é exigido em todas as dimensões da vida.
Se você produziu alguma reflexão sobre a tragédia do Museu Nacional do Rio, mande para a Giz com a sua assinatura: revistagiz@sinprosp.org.br
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ANTOLOGIA SOBRE O DESAPARECIMENTO DO MUSEU NACIONAL DO RIO… UM CRIME
- Incêndio destrói o Museu Nacional, a primeira instituição científica da história do país (Instituto Humanitas Unisinos)
- Museu Nacional guarda acervo de mais de 20 milhões de itens (G1)
- O caráter criminoso das políticas de austeridade e a morte do Museu Nacional (GGN)
- Destruição do Museu Nacional é a imagem de nossa falência (Blog do Barcinski)
- Associação Nacional de História (ANPUH) lança nota: “repúdio ao desprezo com que foi tratado o Museu Nacional nos últimos anos” (Sul21)
- Destruição do Museu era tragédia anunciada, dizem pesquisadores (Estadão)
- Reitor da UFRJ admite que falta de verbas inviabilizou obras de melhoria de infraestrutura (Folha)
- Um museu de 200 anos em busca de renovação (Estadão)
- Perda de acervo afeta ciência e educação básica do país (Folha)
- Como explicar ao futuro que deixamos o Museu Nacional virar cinza (Folha)
- Queimemos museus, livros, história. Civilização para quê? (Uol)
- Manifestantes arrombam portão e invadem Quinta da Boa Vista após incêndio em museu (Uol)
- Museu Nacional: o luto de quem viu virar cinzas décadas de trabalho (El País)
- Imagens (El País)
- O crânio de Luzia (The Intercept)
- Incêndio destrói museu nacional do rio de janeiro (DW)
- Por que o crânio de Luzia é tão importante para a ciência (DW)
- O evolucionista (Piauí)
- Incêndio é a maior tragédia para o patrimônio cultural na história do Brasil (DW)