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Cultura

Bienal do Livro de 2014

By 03/06/2014No Comments

Elisa Marconi e Francisco Bicudo

Quando os portões do Pavilhão de Exposições do Anhembi se abrirem, no dia 22 de agosto, será dada a largada para um grande encontro e festival de reverência à literatura e a todas as formas de cultura e expressão artística que guardam afinidades, de um jeito ou de outro, com os livros. Trata-se da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que chega à 23a edição sob o lema “Tudo junto e misturado”. Para além da tradicional feira de venda de obras literárias, a Bienal pretende oferecer em 2014 uma programação bem diversificada e eclética, além de um espaço maior para o contato direto de autores com seus leitores. “O próprio lema da campanha diz tudo. Variedade cultural dando o tom, não de feira, mas de evento diversificado, com todas as formas de arte. Música, circo, teatro, e artes visuais, por exemplo. Mas o cerne de tudo é e sempre será o livro e a literatura. Será verdadeiramente um grande caldeirão”, garante e reforça Mansur Bassit, diretor-executivo da Câmara Brasileira do Livro (CBL), entidade organizadora do evento.

A expectativa é mesmo superar as marcas da edição de 2012, quando a Bienal recebeu 750 mil visitantes, dos quais 120 mil eram alunos de escolas públicas e particulares. No entanto, além da previsão de um público maior, cerca de 800 mil pessoas, Bassit quer mudar também o foco das discussões em torno do evento. Há dois anos, a pergunta que rondava era: Bienal para quê? Na ocasião, as feiras e festas literárias estavam fervilhando no Brasil e traziam, como em todos os anos, autores consagrados, nomes que nunca tinham vindo ao país e estrelas do mundo das letras. Dessa vez, até por conta da Copa do Mundo, as festas literárias estão menos badaladas e tudo indica que a Bienal terá mais chances de mudar o cenário. “Essa confusão acontece um pouco porque as pessoas confundem a razão de ser da Bienal. Ela não é feita apenas para vender livro. A Bienal é uma folia, uma festa, quem entra ali percebe esse clima no ar”, explica o diretor-executivo, “E para potencializar essa característica é que firmamos a parceria com o Sesc, para comandar essa parte cultural”, completa.

E os planos vão ainda além. A Câmara Brasileira do Livro sabe que os problemas culturais e educacionais do país não podem ser resolvidos pela Bienal, ou por qualquer outra feira, mas quando se está lá, andando pelos corredores, é possível sonhar com outros hábitos de leitura, pois “até quem já é leitor sai com gás para ler mais de 20 livros. Imagine quem não é leitor ainda. Essa é a motivação e é assim para todo mundo, mas mais ainda para alunos, escolas e professores, que não têm acesso no dia a dia para curtir a literatura”, sugere Bassit. Resgatar, portanto, o caráter de grande encontro da literatura e, como consequência disso vender livros, e não o contrário, é a meta primordial dessa edição.

Para dar conta de tal desafio, o Serviço Social do Comércio de São Paulo (Sesc-SP) será responsável pelo Salão de Ideias, Espaço Imaginário, Anfiteatro e Bibliosesc. Nesses espaços é que vão acontecer as oficinas, os debates com pensadores sobre temas contemporâneos e o encontro do público com seus livros e autores tão esperados. “A ideia é mesmo dar um upgrade para levar as pessoas para gastar um bom tempo ali, compensando a locomoção, que é o maior vilão das cidades grandes”, afirma Bassit. Um tira-gosto disso já pode ser conferido na abertura da Bienal, que contará com a participação da atriz Fernanda Montenegro lendo os sermões do Padre Antônio Vieira. E a festa continua lá dentro. “Já anunciamos quatro best sellers, como o norte-americano Harlan Coben, campeão na lista de mais vendidos do New York Times; Cassandra Clare, da saga Os Instrumentos Mortais; Ken Follett, de Os pilares da terra, e Sally Gardner, autora de Lua de Larvas, que já vendeu mais de 2 milhões de livros pelo mundo todo”, comemora o diretor-executivo.

O Espaço Imaginário oferece atividades para escolares, principalmente de Ensino Fundamental 1 e 2; o Artístico chega no jovem e no adulto e levanta questões relacionadas às formas de expressão. E, por fim, há uma seção voltada ao mercado editorial – para quem já está nele e para quem quer entrar no ramo da edição de obras – e outra para quem gosta de misturar literatura e gastronomia, que é o Cozinhando com Palavras. Com essa farta oferta, o diretor da Câmara Brasileira do Livro, Mansur Bassit, acredita que tem lugar e diversão para todos os públicos.

Para saber a programação completa – que ainda não está 100% pronta -, acesse o site da Bienal (www.bienaldolivrosp.com.br). E já deixe a data anotada na agenda: de 22 a 31 de agosto.

 

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