Skip to main content
Cultura

Após 54 anos, Guerra e Paz é exposto no Brasil

Gabriela Bueno*

              No dia 06 de fevereiro, após mais de meio século guardados na entrada no hall de entrada da Assembleia Geral da ONU e fora dos olhos do público, a obra Guerra e Paz, de Cândido Portinari, ficará exposta ao grande público no Memorial da América Latina até 21 de abril.

Além dos paineis o Projeto Portinari, que é o responsável pela organização e realização da mostra, traz para os visitantes os mais de 100 estudos realizado pelo pintor nos quatro anos em que a obra era produzida. Nem mesmo Cândido Potinari teve a oportunidade de vê-los em sua totalidade.

A cidade paulista é o primeiro endereço de uma série que as obras devem percorrer até 2013. Na jornada estão cidades como Hiroshima e Oslo, que a passagem no caso coincide com a entrega do Prêmio Nobel da Paz.

Sobre a obra Guerra e Paz

Logo à primeira vista os tons de azul saltam aos olhos até do mais desatento observador. Em ambos os paineis a cor está presente. Seja em tonalidades mais escuras que contrastam com laranjas intensos no painel Guerra, ou em Paz com azuis mais suaves harmonicamente dispostos com amarelos claros.

Nos dois paineis também é possível encontrar referencias regionais que na obra são transcritas de maneira universal. Em Guerra há diversas Pietás (mães com seus filhos mortos no colo), figuras comumente encontradas nas obras de Portinari como retirantes nordestinas. Já em Paz as crianças nas gangorras fazem claramente uma alusão à cidade natal do pintor, Brodósqui.

Uma curiosidade sobre os paineis de Guerra e Paz é que durante a fase de criação, Cândido Portinari foi proibido de pintar pelos médicos. A tinta usada em obras como aquela causam ao longo do tempo envenena quem as utilizam. Mesmo contrariando as ordens médicas, Portinari continuou pintando durante 9 meses os murais utilizando um pincel extremamente pequeno, utilizado para quadros de cavalete, para suavizar o envenenamento que as tintas lhe causavam.

Comentários