Fernando Gabeira*
Estocolmo,1972, Rio ,1992, de 20 em 20 anos o planeta se reune com o objetivo de colocar a proteção da biosfera no centro da agenda política e legal.
Dessa vez, o encontro repetirá a cidade. A conferência chama-se Rio+20 e apresenta como novidade um debate sobre a economia verde e a erradicação da pobreza.
Oceanos, agricultura orgânica, os temas são muito variados mas no documento zero lançado pela ONU a educação tem um peso essencial.
Para começar, o documento estabelece como princípio que o acesso de todos a uma educação da qualidade é condição necessária para o desenvolvimento sustentável e inclusão social.
Em seguida, afirma que o caminho para alcançar esse objetivo passa pela ampliação do currículo, associando a sustentabilidade ao ensino de muitas matérias . O texto menciona também a necessidade de projetos de formação dos professores.
Como é um texto ainda para discussão mundial, não há nada especifico além da recomendação de transformar o desenvolvimento sustentável num modulo adaptável às diferentes matérias
Esta opção que deve sobreviver às discussões mundiais, significa um reforço à tese vitoriosa no Brasil de integrar o tema às matérias existentes e não criar uma disciplina estanque.
O mais interessante no documento da ONU é pedir às universidades que se transformem em espaços onde se aplica a visão de sustentabilidade, com projetos próprios nesse sentido.
Esta é uma tendência irresistível. O ensino da sustentabilidade não convence se, o colégio ou universidade, estiver fazendo o contrario do que se ensina.
Hoje, algumas universidades europeias controlam suas emissões de CO2, o gás mais importante no processo de aquecimento global. Elas definem com isso sua pegada ecológica e tratam de pensar caminhos para neutralizar suas próprias emissões.
Todos os temas, tais como o debate sobre o problema da juventude hoje, a ascensão da mulher, a situação das etnias que vivem nas florestas, interessam à educação.
No entanto, como o documento especifica o tema, abre-se um grande caminho para a contribuição dos professores e alunos. A sustentabilidade deve entrar nas escolas, como deve entrar, quais os caminhos criativos para torná-la interessante aos olhos dos estudantes
O documento zero da ONU afirma com lucidez que é preciso uma nova geração com valores adequados à nossa época para que o planeta tenha mais chance de sobreviver aos ataques que historicamente vem sofrendo.
A Rio_20 será uma grande convergência de esperança e boas intenções. E a educação, no sentido mais amplo, passa a ser a matéria prima de alguns desses sonhos.